Céticos Ex Testemunhas de Jeová
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Relato de comissão judicativa (update)

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Relato de comissão judicativa (update) Empty Relato de comissão judicativa (update)

Mensagem por Regis Medina Ter Nov 02, 2010 7:22 pm

O porque fui para uma comissão judicativa.

Este é meu já meio antigo relato e em parte transcrição da comissão que terminou com meus quase dois anos de apostasia ainda como TJ e de cara limpa. Quem me conhece do tempo em que muitos Ex-TJs e TJs postavam mais no orkut, sabem que de lá saíram muitas TJs da Torre de Vigia.
Nesse período fiz parte da comunidade TJs Livres que era muito forte e depois foi criado o fórum TJs Livres. Também criei um álbum em minha pagina do Orkut que era muito freqüentada por TJs horrorizados de minha região, inclusive vários anciãos. Mesmo assim ele preferiram tentar deixar quieto e não mexer, pois vinha familia conhecia e viu muito do podre dessa organização, em nível local e depois organizacional. A tentativa deles de ignorar eu e minha esposa Telma acabou com um numero cada vez maior de testemunhas indignadas de não sermos punidos e também curiosas sobre nosso caso. Éramos conhecidos e vistos como exemplares, dedicados, participando individualmente, ainda como solteiros em congressos e assembléias. De repente para muitos estava eu abertamente postando contra a Torre de Vigia, mas o que eu escrevia fazia alguns meses que tinha descoberto e me foram arrasadores.
É duro o golpe de se descobrir enganado por boa parte de sua vida.
Então comecei a falar e escrever para todos que conhecia. Para minha surpresa estava também descobrindo de forma independente, mas as mesmas coisas meu grande amigo do salão do reino, o Alexandre que é também adm deste fórum. E criamos uma comunidade no orkut voltada para a região de Sorocaba que deu também muito o que falar por aqui. Pessoalmente eu questionei e coloquei na parede muitos anciãos e outras TJs que encontrava. Tudo era muito fresco ainda e fui por vezes rude e direto demais, eu estava revoltado e fugirem de respostas de deixava mais indignado ainda.
Muitos se afastaram covardemente, calados e sem respostas, anciãos que esperam que outros respondam o que eles não conseguem. Isso era para ser dever de cada um deles, inclusive de qualquer TJ.
Este convite para minha comissão veio como disse, quase 2 anos depois que comecei a postar e falar abertamente com outros TJs, nesse tempo, alguns já se afastarem, outros deixaram as TJs, assim como todos que ainda estudavam comigo, com exceção de 2 que já eram batizados e tinham privilégios. Sinto muito por eles.
Essa minha comissão abriu uma verdadeira temporada de caça a apostatas na região de Sorocaba, com muito burburio e reuniões de comissões judicativas. Somente nessa seqüencia, teve comissão para mim, depois Alexandre, minha esposa Telma e nesse tempo intimando e tentando descobrir quem tinha contato com a gente ou lia nossas paginas. Outras familias tiveram comissões depois como a da Pesquisadora e seu marido e mais 3 familias. Todos acabaram deixando as TJs por conta deles tentarem apertar o cerco e pelo que sei estão muito bem e felizes como pode ser visto nos que puderam ir no nosso encontro de ex TJs. (vejam o album do fórum)
É curioso para mim escrever essas palavras passado esse tempo. Foi uma das coisas mais certas que fiz na vida e da qual me orgulho de ter força para denunciar e escapar de toda aquela ilusão.

"O CONVITE"

Domingo 30 de Setembro de 2007, este é um dia feliz para mim, minha filha Melissa, faz hoje três anos, mas não é em sua companhia que passarei parte deste dia.

Esta historia começa ontem exatamente 8 h da manha, bateram em minha casa, ainda sonolento vi da janela de cima que se tratava de Testemunhas de Jeová, pelo horário imaginei que o assunto era comigo mesmo. Pois bem, lá estavam duas pessoas que fazia tempo não via, Denilson .........e Orlando Dini, dois anciãos de minha congregação em Sorocaba.
Cumprimentei-os e fui irônico com a presença deles.” -Quanto tempo hein? Demoraram... Trouxeram a cartinha? ” Não houve resposta apenas o cumprimento formal e as perguntas normais do tipo: “- Como vai a Telma? As crianças?”
Convidei eles para entrar, mas recusaram, Então falou o Denilson: -Estamos aqui para convida-lo para uma reunião que queremos ter com vc, no salão pinheiros a dez horas.
Imediatamente respondi que não iria, com um tom mais revoltado. Mas ponderei imediatamente e perguntei: “- Quem serão os anciãos?” Foi evidente para mim uma certa exitação da parte deles diante da pergunta (o que me deixou curioso) a resposta foi: “- Serão eu, o irmão Dini...(uma longa pausa) e o irmão Bessa”.

O “irmão Bessa, é figura respeitada na região,é superintendente de circuito substituto, ou de cidade não sei bem... eu mesmo tenho respeito e gratidão por ele,auxiliou com orientações minha esposa que estava sendo atropelada por uma comissão espúria e ilegal com o objetivo de obriga-la a terminar o noivado comigo, isto anos atraz. Tive uma parte numa assembléia como ele, mas o que me marcou foi a oportunidade de trabalhar no campo com ele numa ocasião, lembrei de como seu estilo era adaptável com o morador, falava a língua de seu ouvinte, se fosse necessário dizer “aleluia” com um morador ele diria, eu também pensava assim, e isto me passou uma imagem de alguem mais flexível, bem diferente do que eu estava acostumado.
Nunca fui “puxa-saco” ou adulador babão de ninguém, mas mantenho meu respeito pelas pessoas que conseguiram conquistar de mim, mesmo que elas tenham pensamentos diferentes do meu.
Em especial pela presença dele afirmei que compareceria na “reunião”(comissão judicativa).
Embora eu imaginasse a acusação, achei melhor perguntar pois já falaram tanto de mim, que nem sei com certeza se a acusação é realística. O Denilson respondeu: “- É sobre apostasia Reginaldo, coisas que escreveu na internet.” Bem pelo menos desta vez a acusação é verdadeira. Confirmei que iria.
Tem coisas que com a experiência se tornam bem previsíveis, e uma coisa que eu tinha certeza era da presença do ancião GPG em meu suposto e pretenso julgamento. Comentei em casa em com outras pessoas. Devia ter apostado...

Havia no meu PC um esboço antigo de uma carta que fiz para essa ocasião, dei uns retoques e imprimi, busquei com amigos um gravador digital daqueles mp4, depois de tudo que já vi sei que é melhor me certificar de provar qualquer absurdo e abuso.

O dia D (Desassociado ou Dissociado)

Chegou domingo 31, confesso que dormi muito pouco, pois não sabia como seria a situação, estava com o espírito cada fez mais armado imaginando como tudo poderia ser... tendo em vista como sempre fui tratado por grande maioria de anciãos (há louváveis exceções), minha adrenalina estava a mil, eu estava mentalmente preparado para enfrentar uma turba de linchadores hipócritas.
Saí cedo fui aproveitei para visitar uns amigos das redondezas que se interessariam com o evento.
A hora passou rápido o eu já estava a caminho do salão, faltando duas quadras eu iria parar para ligar o gravador, no entanto, a rua estava com TJs pregando e muitos eu nem conhecia, mas uma me reconheceu e eu estava indo em sua direção. Era uma amiga muito querida e zelosa com o ensino da Torre, ela é casada com um ex-estudante meu, ambos gente que eu gosto muito.
Ela parou e converso comigo, amorosamente mas era perceptível uma certa tristeza de sua parte. Após algumas formalidades, fui ao ponto, e disse porque estava ali, ela já sabia...perguntou se não tinha outro jeito, expliquei que era questão de consciência. Nossa despedida foi de adeus, ambos ficamos emocionados(eu compreendo que passa na mente de uma TJ sincera e seu que eles não tem condição de entender), de qualquer forma isso não estava nos planos, e quebrou um pouco minha frieza para a situação que tinha de enfrentar.
Na esquina oposta do salão liguei o gravador, um amigo me viu e puxou conversa. Era um assunto serio de um outro amigo nosso que se acidentou de moto, mas eu não estava com concentrado para isso, quase ao lado do salão, com vários carros estacionados.
Terminei a conversa e fui para o portão do salão, era de correr e estava fechado, quem abri-se seria notado. Havia um grande silencio, entrei no salão vazio e notei pelo vidro fume da sala B a silhueta quase encostado no vidro do grandão do GPG.

Na cova dos leões desmemoriados

Me concentrei, dei duas batidas na porta e abri, dei bom dia há todos e me virei para o GPG a minha esquerda estendendo minha mão com um sorriso “- Tinha certeza de sua presença aqui Ponciano” terminei de cumprimentar os outros presentes e perguntei onde me sentaria. Ficou a meu critério. Estavam presentes Francisco A. Bessa, obviamente presidindo; Denilson de Lima ancião presidente de minha antiga congregação; Romualdo Dini, ancião local já um tanto idoso, e Gregório Ponciano Garcia, ancião e sádico.
Mas antes de me sentar, notei que as palavras minhas para o GPG geraram um certo desconforto no Bessa, ele pediu educadamente se eu poderia esperar um pouco fora da sala B, para ele tratar algo com eles. Aceitei, senti que o assunto tinha a ver mesmo com a presença do GPG lá, talvez por omitirem isso de mim, mesmo eu perguntando diretamente.
Não foi rápido não, demoraram um pouco.

Por fim pediram para eu entrar, me sentei perto da porta (nunca se sabe com essa turma) Bessa ficou a minha frente a minha direita o Dini, depois meio escondido de mim o Denilson e a minha esquerda o GPG.
O Bessa começou agradecendo minha presença,e disse que não era a reunião para um debate e que não ia tratar de questões que eu levantei previamente, antes de ser linchado cortei e fui para o ataque, disse que antes de tudo queria fazer duas perguntas.
Olhei fixamente para o Denilson, que não é muito mais velho que eu e perguntei: Denilson, porque diante de uma pergunta clara, de quem estaria presente, vc omitiu do Ponciano?

Que seu sim seja não e seu não seja sim.

Ele ficou nervoso e agitado e disse que apenas me informou que estariam presentes anciãos... Sem comentar a redundância ridícula repeti exatamente suas palavras para mim na ocasião. Ele negou e disse que o Dini era testemunha dele(este ficou quieto) Eu falei alto e claro, que se é para logo no inicio começar com desonestidade eu estava fora. Argumentei um pouco que só decidi vir após ele me informar da presença do Bessa, ao ele ficou um pouco desconcertado.
O Bessa interrompeu dizendo não estar presente, mas que o Denilson, também lhe informou de minha pergunta. Nisso o Denilson não falou mais em toda reunião. O Bessa , então falou que é “uma prerrogativa da cong.” escolher quem participa da comissão que que eles não precisão me informar quem participa se perguntados (muito justo).

Falei que tinha ainda mais uma pergunta que era necessária para mim. Virei para minha esquerda e perguntei com tranqüilidade: Ponciano, -Vc tem algo pessoal contra mim? Minha pergunta tinha um objetivo importante em minha estratégia, se ele falar que sim, certamente, não teria autoridade moral para ser meu juiz, e desmascaria um típico julgamento hipócrita TJ.
Se falar que não, não poderia reclamar de mim mais adiante.
Ele ficou com a segunda opção, tenho certeza que a contragosto, e desconfio que por orientação previa quando me pediram para ficar fora. Digo isso pois o GPG teve um comportamento muito diferente do que eu e muitos outros que pastamos na mão dele conhecemos bem.
Ele disse que não, e foi logo pedindo desculpas, por qualquer mal entendido que houve( isso é meio engraçado, chamar de mal entendido sadismo, abuso de poder, crueldade, mentira deslavada, etc por muito tempo... é mal entendido...)
Mas vai que o cara mudou? E que ele não tinha noção de que era sádico e desonesto?
Bem mais adiante eu saberia se era sincero ou não.
De qualquer forma aceitei suas desculpas, coisa tão rara não se despreza.
O Bessa tomando novamente a palavra, afirmou que a presença nessa reunião era opção minha, (na mente deles para minha execução não se precisa do corpo) fez isso com voz calma e com real educação.
Eu queria ficar, na realidade esperei bastante por isso e a presença do GPG, mais me estimulava ainda a encerrar isso em pratos limpos, e uma bela PÁ DE CAL...

Oração 3 em 1 ,oração, discurso e recado para a assistência

Ele pediu para iniciar com uma oração. Consenti.
Então o Bessa iniciou uma enorme oração, aproveitei a oportunidade para observa-los nesse momento. A oração estava em tom solene,agradecia a bíblia, pedia orientação, que todos fossem guiados com um espírito pacifico etc. O Ponciano parecia um santo, com a cabeça bem abaixada, Denilson, também, já o Dini estava de olhos abertos e por alguns momentos também me observou, eu não abaixei completamente a cabeça, já fiz isso demais para eles, tinha certeza absoluta que aquilo não passava de um ritual primitivo de homens sujos metidos a puros.

A oração foi realmente longa, perdi a atenção por isso nas palavras, estava pensando qual deles realmente era sincero, qual mais queria minha cabeça. A oração continuava notei que o Bessa estava agora agradecendo o crescimento da obra, lembrei dos salões vendidos nos EUA, transformados em igrejas evangélicas, prédios TJ sendo vendidos em Nova York. Isso me fez lembrar de como essas pessoas são ignorantes dos fatos e como este mundinho do qual elas pertencem distorce a realidade.

O Bessa, deve ter citado o “crescimento” TJ como uma forma de estimular o senso de grupo, e enfatizar a importância de não ficar de fora. Pensei comigo que uma simples pesquisa indicaria que o crescimento está só em alguns lugares, em vários países desenvolvidos principalmente há anos tem decréscimo, sem falar que tem centenas de outras religiões que crescem muito mais há anos e isso não significa absolutamente nada. Está parte da oração só mostrou como a mente dele é seletiva com os fatos.

Quão lindas são as linguas dos MASTODONTES...
...MAS CUIDADO COM OS PÉS.


Após a oração o Bessa pediu para eu ler alguns textos, o primeiro era Jó 33:6,7.

Eis que sou para o [verdadeiro] Deus exatamente o que tu és;
Também eu fui moldado do barro.

Eis que nenhuma terribilidade minha te apavorará
E nenhuma pressão da minha parte pesará sobre ti.


Ele (o Bessa) disse então que todos ali eram iguais perante Deus, e que ninguém era superior ou inferior.
Eu respondi que passei meu tempo todo como TJ tendo os outros como superiores a mim.
Ele elogiou essa minha postura e falou de Eclesiastes 12 sobre o “gafanhoto”(uma alusão a velhice). Disse que de uma forma ou de outra todos se curvam diante de deus, seja por ser seus servos ou pela idade.
Olhei para eles todos, daqui apenas uns 20 anos se tiver-mos sorte estaremos já idosos, alguns já bem mais (se vivo). Comentei com isso em mente, que isso viria bem rápido, nesse momento pensei em falar que eles estariam curvados, mas nada de Armagedom.
Me contive.

Agora fui convidado para ler Coríntios 14:40
“ Mas que todas as coisas ocorram decentemente e por arranjo”
seguido de Coríntios 16:14
“Que todos os vossos assuntos se realizem com amor”
(que lindo!)


Escutei a explicação obvia do texto, mas estava enojado com o fato de agora, justo na minha ultima reunião com eles estar sendo tratado com respeito e dignidade, parecia um deboche. Nunca vi tal delicadeza da parte dos anciãos com raras exceções.
Comecei a explicar que eu já fui arrastado para aquela mesma sala enumeras vezes, pelo próprio Ponciano e seu chaveiro Carlão, sem respeito e sem motivo. Comecei a então relatar minha historia como TJ o que me fez eu ser uma, que eu nunca fui um mau elemento, nem precisava de religião para ter moral, que fui ativista de esquerda pois acreditava que isso poderia fazer um mundo melhor, eu estava errado e deixei disso para ter outra esperança de um mundo melhor, e mesmo antes de ser batizado, tive evidencias de que algo estava errado, mas suprimi isso por querer acreditar nisso.

Então segui com um longo e nem pela metade relato das humilhações, grosserias, calunias, desonestidades que fui submetido. Muitas coisas entrei em encrenca por pura ingenuidade, como acreditar no papo furado do Ponciano, que ele com outro ancião ministrariam um curso de grego no salão do reino. Eu e o Alexandre Profeta ficamos nessa expectativa, nada aconteceu nós perguntávamos e ele desconversava. Passamos a estudar por nós mesmos com material que buscamos em São Paulo, logo começamos ver que o Ponciano era um canastrão, e com isso deixamos de ser fãs do cara, pior desmascaramos ele. Mas isso só deu problemas e dura perseguição.

Relatei tudo isso diante do próprio, ele só falou que nunca ter dito que ensinaria grego no salão, com isso entendi quão sinceras eram suas desculpas iniciais e todas as outras que porventura aparecessem, essas desculpas não eram para mim, mas para a platéia local.

Eu esperava exatamente este comportamento dele, ficou claro que após esses anos ele continuava o mesmo. Já vi ele agir assim com outras pessoas de forma bem dissimulada. Mas quem já viu o outro lado dele por tanto tempo, não se engana mais facilmente. Certamente eu o Ale, a minha esposa não somos os únicos.
Mas ninguém melhor do que os da própria casa devem saber do que falamos.

Depois de meu relato, de como fui tratado em comissões absurdas de toda falta de educação para disser o minimo, perguntei: - Em todos esses anos, só agora querem me tratar com educação e dignidade? Isto que esta acontecendo agora, só pode ser um momento especial, raríssimo! Quando ira ocorrer isso de novo? Terei de esperar um novo ciclo de anos? (No caso 18 anos)

Surpresa! A exceção é a regra!!!


O Bessa perguntou, quantas cong. Eu freqüentei, com o sentido de que eu não conhecia a grandeza da organização. Respondi que foram poucas mas que estive em Betel, vivi por lá por um tempo e fui convidado a ficar, que em todo tempo observava como eram as coisas, e que com isso estava bem apercebido de como elas são na organização. Minha opinião certamente não é por falta de experiência, é por excesso de contato.
Então ele me perguntou de quantas pessoas eu tenho queixa.
Respondi, que não tenho mais queixa de pessoas, no principio eu tinha pela forma como eu e outros há minha volta sofriam sob opressão. Mas isso faz tempo mudou, deixou de ser pessoal, é mais profunda a questão.
Mesmo minha brincadeira na internet do “Manual GPG” não é exatamente pessoal, o Ponciano (olhando para ele) se tornou para mim e o Profeta uma caricatura deste modo de ser de muitos anciãos. Mesmo o Carlão não era mais pessoal, afinal ele era apenas uma marionete na mão do Ponciano.

Para isso o Bessa respondeu dizendo que todos somos dotados de livre-arbítrio, que diferente dos animais nós temos opções (fiquei lembrando de pesquisas sobre inteligência animal) que um pássaro, não consegue cantar diferente (lembrei de um certo papagaio).

Em seguida ele usou um estranho exemplo, falou da Máfia,(deve andar assistindo família Soprano) de como lá apesar de matarem pessoas, eles tem também sentimentos nobres , tem familiais e amor por elas e seus companheiros.
Cortei sua fala dizendo; - Interessante essa ilustração...
Ele a descontinuou imediatamente. Não sei bem qual ia ser sua aplicação, mas falar de Máfia certamente não é boa ideia para alguem que sabe tudo que sei sobre a Torre de Vigia.

Hanseniase, manchas e perda de sensibilidade
(ESTÁ CHEIO DE ANCIÃO LEPROSO)


Falei que meu livre arbítrio não é total pois sou escravo de minha consciência, foi por isso que me tornei testemunha de Jeová e é por isso que estou aqui.
O Bessa concordou que ninguém tem total livre arbítrio, mas agora ele queria saber se eu queria ser uma TJ ou continuar sendo critico.
Nisso respondi que estava mostrando o processo que passei que levaram eu a fazer criticas abertas, que moldou minha mente e inclusive fez mau a minha saúde desencadeando uma terrível depressão.

Falei então que talvez diferente do que possa parecer para alguns, eu não sou uma pessoa fácil de se manipular, posso ficar calado mas minha mente se apega há fatos.
Vejo este momento como uma oportunidade rara, pois toda minha vida como TJ tive de ter extremo cuidado com o que falava, pois qualquer coisa eu poderia ser levado para a sala B novamente pelo Ponciano, ou algum outro. Lembrei eles da carta que tenho até hoje feita pelo Ponciano, mentindo e alterando os fatos, quando foi cabalmente desmascarado por mim e o Profeta, numa ocasião, gerando uma onda de vingança e abuso de poder que durou mais de um ano, ter a oportunidade de falar na frente dele isso não tem preço. Ele(GPG) se manteve calado todo tempo.
Lembrei que outro ancião na época (Fidélis, meu sogro) falou; “- Ah esse negocio do Ponciano fazer cartas e tentar derrubar alguem, não é de hoje, já fez isso outras vezes escrevendo contra irmãos, até para betel.”

Então relatei um pouco mais, sobre como eu e a Telma somos tratados e caluniados sem defesa, contei detalhes sobre o que me levou a perder de vez a calma e dar um soco num ancião idiota, e que nunca fomos tratados da forma que eu estava agora sendo tratado, com uma única exceção que foi a orientação que o próprio Bessa deu em sua casa para Telma, enfrentar uma comissão espúria e absurda tentando obriga-la a me declarar “iníquo” e a terminar o noivado.

Comecei a citar exemplos de jugo desigual para tratamento com anciãos, citei o hipócrita ancião Aristeu que tinha batido e chutado no chão um parente de sua falecida esposa que lhe cobrava respeito por ela ter morrido há pouco e ele já estar namorando uma pessoa que sua esposa quando viva já desconfiava.
Esse mesmo ancião falou para outro que contou para mim que nunca se arrependeu disso, bem o fato é que que fez isso como ancião e nem perdeu o privilegio, eu um “João ninguém” fui expulso com selvageria. Relatei outros detalhes de comportamento hipócrita dos da dianteira citando nome e ocasião. Na verdade não daria para citar metade das coisas que eu sabia que vão desde calunias que prejudicaram a vida de outros até mesmo a culpa de sangue por causarem morte e inclusive aflição na morte de outros.

Estava claro que o Bessa, estava muito incomodado com os temas queria logo minha decisão (não era óbvio?), mas aproveitei para alongar e arrastar um pouco mais.
Ele tomou a palavra lembrando da ocasião que ajudou a Telma na questão da comissão que estavam fazendo para ela, disse que na verdade não sabia dos detalhes e que isso acontece por desconhecimento de instrução da associação (haja desconhecimento).

Educação e tratamento digno e justo, não precisam de instrução, devia ser pacote básico de um humano qualquer, quanto mais desses que se acham especiais. A realidade atesta contra as testemunhas de Jeová.

Acabes e Jezebeis. Mas eu não vou ser Nabote

O Bessa então passou a falar de Nabote, um personagem bibico que sofreu na mão do rei Acabe e da rainha Jezabel, e acabou morto por eles (Eu heim? Tô fora!).

A intenção era obter um terreno que pertencia a Nabote, era uma herança, mas com sua morte poderia ser obtido legalmente. O ponto era: Tem muita coisa errada que se faz legalmente, mas Jeová com o tempo resolverá. Ou Seja ele admite ter “Acabes” e “Jezebeis” nas testemunhas (isto é, gente na direção que não vale o que come) , elas podem até te matar, mas vc tem de ficar quieto sem molesta-los. É curioso pois tinha um bem conhecido ao lado dele. Se é para usar a bíblia eu prefiro o texto de que más associações estragam hábitos úteis.

Daí ele passa a contar uma historia pessoal sobre problemas que ele tem com um vizinho, ele termina com duas escolhas:

Ou ele muda, ou ele suporta. (Estão entendendo...né? Meu caso é mais fácil que o dele)

Haaa... que que há velhinhos? "De Brooklim”
Agora ele passa para outro raciocínio o das “ vantagens”.
Fala longamente sobre o povo de Israel no Egito como escravo, fala do poder de deus, que fez com que todos eles saíssem de lá carregando presentes, carregados de ouro, que os egípcios lhes entregavam. Ele me perguntou: “-Por que os egípcios lhes davam coisas para sua saída? “
– Uma compensação? Respondi como quem não sabe o final.

Após essa curiosa oferta final de participar num saque em massa (as TJs acreditam que após o armagedom irão saquear os despojos de toda humanidade, tem TJ que fica cobiçando já o que pretende pegar depois do fim do mundo) ele um pouco mais impaciente, mais uma fez pediu minha posição.

Pegou umas folhas imprimidas brevemente na mão e disse que eu escrevia coisas desrespeitosas na internet. Citou eu me referindo ao corpo governante como “velhinhos de Brooklim”( sinceramente rí no intimo. Só isso? E nem é originalmente meu. Não é Deise?)
Falei sorrindo que nisso não vejo desrespeito, afinal eles são velhinhos mesmo e estão em Brooklim.


A "deixa" do ano

Nisso o Bessa me cortou e disse: -Você conhece algum deles pessoalmente para se referir assim?
Eu disse: - Sim, um eu conheço bem.
Ele ficou meio confuso e perguntou com tom meio indignado: - Você conhece um membro do corpo governante?

Então ocorre um ruido forte em minha gravação, era eu abrindo minha mochila que estava no chão, e sacando o livro “Crise de Consciência”de Raymond Franz, (ex membro do corpo governante e responsável direto pelos livros mais profundos das TJs)
Ficou difícil disfarçar a cara de desagrado no rosto do Bessa.
Falei que por meio desse livro conheci um antigo membro do corpo governante, que cita fatos que ele presenciou e participou, citando data, local e até hora em seus relatos.

O Bessa nisso falou como quem o despreza: - Por que então ele apelou para ficar na organização?
Respondi: - Porque ele acreditava tanto quanto eu que essa era a verdade.
Bessa – Porque ele agrediu a organização só depois que saíu?
Respondi: - Não tem uma única agressão aqui só relatos. Ele balançou a cabeça como que não.
Falei que li inteiro mais de uma vez e realmente não vi nenhuma agressão, inclusive ele é uma pessoa aparentemente muito mansa.

Realmente não tem nenhuma agressão, o Bessa certamente não leu mesmo o livro, mas tem um monte "idéias" próprias sobre ele. Também como poderia ler? É um livro proibido para as TJs.

Imediatamente ele mudou o foco e disse: Voltando aquela questão, vc tem todo direito de ter outra filosofia para sua vida (rssss agora é filosofia? As TJs lutam tanto na justiça para serem reconhecidas como religião).

- Estou aqui para ganhar o irmão
Nisso o Ponciano tomou a palavra, disse genericamente que lamenta qualquer coisa que tenha havido (imagina...é bobagem ser perseguido por mais de um ano sofrendo pressão e humilhações)
Ele disse que não estava lá para questões de honra ou para provar algo(mentiroso tem honra?)
Disse com voz calma e humilde e uma canastrice que só identifica quem já teve o desprazer de ver ele quando é ele mesmo.

- Estou aqui para ganhar o irmão. (Ô... dá até medo.)

Eu respondi: - Vc já vez isso no passado Ponciano, quando me ajudou a decidir para ser batizado,(detalhei a ocasião uma besteira sobre barba que quase impediu de eu querer ser batizado relatarei isso em outra oportunidade) mas que depois vi, como realmente são as coisas.
- Não é mais algo pessoal, como já disse, vc só se tornou um modelo, uma caricatura de um comportamento que se repete, isso me levou a ir mais a fundo para entender o que estava errado.
- Não vamos ser falsos aqui, já vi vc usando livros de outras reuniões, matérias tidas como apostatas, não só vc mas o Pedro Calvache também e muitos outros. Eu tenho a “Bíblia Explicada” da CAPD que o Ponciano também tem e me influenciou para comprar, entre outras coisas.
Pesquisar só reforçava minha fé entrava na internet, e ver bobagens sobre alma imortal, inferno, trindade só me assegurava de que estava no caminho certo. Mas eu não sabia ainda de muita, mas muita coisa...

O buraco é mais embaixo

- Questões que de inicio foram pessoais minaram minha fé, hipocrisia, desonestidade, política entre anciãos, com isso perdi minha fé primeiro nos homens, depois descobri, questões mais profundas envolvendo 607 AEC ou como do sangue.
Pesquisei cabalmente a questão de que 607 AEC e sei que esta errada e a própria sociedade sabe disso. (Olhei para o Ponciano) Pesquisei toda defesa de Furule, apologista da Torre (ele sabe do que eu falava) Tudo isso esta mudando.

A questão do sangue é pior ainda falei brevemente sobre algumas contradições, detalhei um pouco a questão da hemoglobina, expliquei quão ridículo isto era.
Embora Bessa e Ponciano sejam membros da COLIH não disseram uma única palavra sequer para me contestar ou mostrar algum erro de raciocínio.

Certamente se quisessem me “ganhar" essa era a hora de trazer meu pensamento cativo a razão. Mas a razão não estava com eles nesse assunto.
Só restou o silencio por um tempo e depois o desejo claro do Bessa de ter imediatamente uma posição oficial minha quanto a associação com as testemunhas.

Nisso dentro do livro que levei, tirei um envelope, que entreguei ao Bessa.
Disse que já tinha o esboço dessa carta a mais de uma ano atraz, e que imprimi para a ocasião.
Ele me perguntou se poderia ler alto para todos.
Eu disse que era meu desejo. Então ele leu o seguinte:

Minha carta de dissociação

Araçoiaba da Serra, segunda-feira, 10 de Julho de 2006.

Aos Anciãos da congregação Pinheiros Sorocaba SP:

Desde muito antes de conhecer as Testemunhas de Jeová, prezo e cultivo a sede de justiça, um bom caráter, a busca de conhecimento e o desejo de um mundo melhor, de fato isto me fez um alvo fácil para as testemunhas.
Abdiquei de antigos sonhos e objetivos, deixei bons amigos e me dediquei completamente em minha nova esperança. Mas não abri mão de continuar a ser um ser pensante, nem deixei de ser um bom pesquisador, muito pelo contrário isso só aumentou mais, pra sempre haver base para minha fé.(1Pedro 3:15)
Esta fé me fez relevar diversas evidências de que algo estava errado; entretanto não há fé que resista a questionamentos lógicos, diante de tanta evidencia da falta de amor e misericórdia.
Não só falta de amor, mas presenciei pessoalmente atos crassos de desonestidade, hipocrisia, mentiras, ódio e vingança. De inicio imaginei isso como exceção,esperei em Jeová, mas os anos me mostraram que isso era a regra. (João 13:35)
Vi comportamentos animalescos, e um comportamento político entre anciãos, que assustaria até mesmo “mundanos”.
Algo estava realmente errado!
Isto me fez voltar a pesquisar mais profundamente. Conheço anciãos de destaque que por anos lêem publicações de outras religiões e inclusive as ditas apóstatas, os senhores bem sabem quem são eles.
Como eles usam, a Torre de Vigia usa, porque eu também não?
Como bem sei, nas testemunhas a balança é fraudulenta e usa pesos diferentes para as pessoas diferentes. Ao contrário do alegado, existe sim uma classe clerical, cujo “status”e privilégios lhes dão foro e tratamento especial.

Não era somente isso, questões como a do sangue e 1914 tem falhas graves, pior ainda, minha pesquisa revelou, que a desonestidade, dissimulações e mentiras vem mais de cima, do próprio corpo governante.
Tudo isto se revelou extremamente frustrante, percebi que me dediquei a homens, e a uma esperança vã.
Estou feliz de ainda relativamente jovem me libertar deste folclore, sei que para muitos é tarde demais, suas mentes não suportariam aceitar ter dedicado toda a vida para uma mentira.
Apesar do tempo perdido não tenho mais do que me lamentar, consegui uma excelente esposa, uma linda família e muita experiência, sei que ainda poderei ser útil e ajudar outros que tiveram suas vidas destruídas por gente que os senhores consideram cristãos exemplares.(Mateus 7:20,21)

Faz anos que senhores esqueceram minha família, talvez pelo embaraço em vista de tudo que nos causaram, talvez apenas para não se ter ao trabalho.
De qualquer forma deixo esta carta para quando se lembrarem de mim, expressando meu desejo, de que minha consciência não suporta nenhuma associação com a organização das Testemunhas de Jeová.
Espero que aceitem minha decisão, pelo menos em respeito a fé e dedicação que tive no passado e afirmando que minha conduta moral continua limpa tanto quanto antes de eu ter me associado a vós.

_________________.

Reginaldo A. Medina

O fim de um período insano em minha vida

Após a leitura bem feita da parte do Bessa, ele disse que minha posição estava bem clara.
Falou um pouco sobre os passos para minha volta.
Deixei claro que isto não era realista, mas eles me trataram educadamente da mesma forma eu já estava levantando e assim mesmo eles pareciam não acreditar em minha posição.
De pé vi que os olhos do Dini estavam vermelhos e marejados, eu confesso que tinha ele como um homem “duro”em sua aparência, mas não o conhecia bem.
Ainda saindo da sala B eles pareciam me assediar não compreendo bem o que se passava na cabeça deles, ou o que esperavam.

Na porta do salão me acompanhou o Denilson, e me alcançou o Bessa, para me perguntar novamente se eu sei os passos que eu teria de dar para voltar(???) Respondi que sim.
Ele disso que o anuncio seria dado na próxima semana e que seria dito que eu não pertencia mais as Testemunhas de Jeová. Agradeci a ele de que desta vez pelo menos tudo foi feito de forma correta.

Compreendo agora que em suas mentes bitoladas não há espaço para a lógica ou pesquisa realmente serias e verdadeiras, mas ao mesmo tempo eles querem angustiadamente a acreditar nisso, talvez pessoas como eu quebram essa certeza no intimo deles por mais que não admitam senti isso.

Já no portão para a rua que o Denilson abriu para mim, ao nos despedir-mos ele me pediu desculpas. Foram nitidamente sinceras diferente de atuações dignas do mercado mexicano de novelas do GPG. Aceitei Prontamente, e disse que era compreensivo que quisesse omitir de mim a presença do Ponciano, falei que isso não era nada, e nos despedimos cordialmente.
Realmente nunca fui tratado com tanta educação e dignidade, o fato é que isso é coisa rara, foi melhor assim.
Sou agradecido por isso a pessoa do senhor Francisco Bessa, que conduziu todo este processo com honra inquestionável, me dando a oportunidade de falar francamente, isto me faz lembrar uma frase mais ou menos assim:

“O horrível, não é a existência de canalhas, mas de pessoas boas que não fazem nada..”


Ps: Na comissão de minha esposa já fui levando na brincadeira, depois fui doar sangue.
Relato de comissão judicativa (update) 9lNapostataveCzF
Regis Medina
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